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domingo, 28 de dezembro de 2008

O transporte de cargas por via aérea


O transporte de carga aérea brasileiro já tem uma longa história dentro do cenário nacional . Após a segunda guerra mundial houve a proliferação deste meio de transporte no nosso território. Em 1944 a Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu alguns aviões Douglas C-47 que foram utilizados em missões de transporte de carga e de pessoal. Com o término dos conflitos internacionais este tipo de aeronave passou a operar as linhas do Correio Aéreo Nacional (CAN) e daí então surgiu o transporte da cargas.
No Brasil o transporte de carga por via aérea é o meio mais eficaz para utilização a longas distâncias e, por isso, talvez seja o modal que deveria ter uma maior atenção no que se refere aos investimentos no setor de transporte.
No setor internacional que em 2007, segundo a ANAC, transportou cerca de 2,8 bilhões de toneladas, tem um potencial de receitas que ainda não foi aproveitado em sua totalidade pelas empresas que aqui operam. Vejamos por exemplo algumas empresas como a VARIGLOG, a SKY MASTER, TOTAL, GOL LOG e TAM que são responsáveis por grande parte do transporte de cargas dentro do território nacional , mas que ainda não atingiram sua plena capacidade deixando espaço para outras empresas nacionais menores além de uma grande fatia do mercado internacional para empresas estrangeiras como a DHL, a FEDERAL EXPRESS, sendo que esta última tem uma receita mundial de aproximadamente US$ 20 bilhões. Essa empresa tem um centro de distribuição de carga aérea internacional ( HUB) em Memphis ( E.U.A) e movimenta em média cerca de 15 bilhões de toneladas / km por ano. No Brasil a movimentação de carga área internacional anualmente fica muito abaixo desses números , 2,8 bilhões em 2007, representando 57% do total de nossa capacidade. Desse total a TAM foi a empresa que mais contribuiu com 1,4 bilhões de toneladas / km e a seguir a VARIGLOG com 395 milhões de toneladas / km. Vejam que temos muito a melhorar no cenário internacional e investimentos deverão ser feitos para que possamos “alavancar” esse setor que é muito importante para a economia brasileira.

Mas, o que é carga aérea ?

O termo “carga aérea” é utilizado para expressar o conjunto de bens transportados por via aérea, geradores de receita. Que não sejam passageiros e bagagens . Na indústria da aviação, consideram-se neste contexto os seguintes itens :

Malas postais
Encomendas courier
Carga propriamente dita.

Com o crescimento da industria nacional precisamos desenvolver a infraestrutura de transporte aéreo para o escoamento da produção, facilitando assim, as exportações. Não podemos deixar que esse mercado de transporte de carga aérea seja entregue para as empresa estrangeiras que possuem uma maior capacidade de transporte. Basta dizer que somente a FEDEX possui uma frota de quase 350 aeronaves que atuam ao redor do planeta. O Brasil tem capacidade para criar uma empresa de transporte de carga aérea internacional de grande porte e acho que isso deveria ser um item de prioridade na atual política do transporte.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Escassez de especialistas na manutenção de aeronaves.


A manutenção de aeronaves requer mão-de-obra qualificada e o mercado nacional anda carente de várias especialidades nessa área. Durante muitos anos houve negligência do governo quanto a fomentar a formação de mão-de-obra especializada. Havia poucas escolas com esse objetivo e basicamente se resumia ao ITA, a FAB, algumas escolas de aviação civil como a EAPAC do Rio de Janeiro e as empresas aéreas, que eram as formadoras , mas não certificadoras de seu pessoal de manutenção. Hoje, a ANAC ( Agência Nacional de Aviação Civil ) vem se mostrando bastante preocupada com o quadro atual da aviação brasileira no que se refere a formação de especialistas nessa atividade. Há uma carência muito grande em vários setores e a grande equação é: como preparar pessoas para atuar na aviação em pouco tempo sem perder a qualidade do treinamento? Estudos realizados recentemente pela ANAC comprovam que se nada for feito desde agora, em poucos anos estaremos vivenciando uma total falta de especialistas nas mais diversas áreas da aviação civil como, por exemplo, na manutenção de aeronaves. Para se ter uma idéia a formação de um mecânico com total capacidade para solucionar os mais diversos problemas de manutenção de uma aeronave leva em média de 3 a 5 anos. Primeiramente o candidato a essa profissão deve passar por um curso de formação com carga horária de 1014 hs. Após a aprovação neste curso ainda há a necessidade de passar por uma banca de exames na ANAC para que possa ser emitida o CCT ( Certificado de Conhecimento Teórico) dando condições para que a pessoa possa trabalhar em uma empresa de manutenção de aeronaves ou companhia aérea exercendo a função de ajudante de manutenção aeronáutica ( AJMA) e terá que obter experiência de pelo menos 3 anos para poder requerer a certificação de Mecânico ( CHT) junto a ANAC. Daí então , o profissional ainda tem que se qualificar para trabalhar nos diversos modelos de aeronaves existentes como Boeing , Airbus, Embraer, Citation, Fokker, Bombardier, etc.
As autoridades de aviação civil estão cada vez mais exigentes quando se trata de treinamento do profissional de aviação. Hoje está em evidência não só o treinamento teórico ,mas também o treinamento prático OJT, sigla em inglês para On the Job Training que em português significa Treinamento no Local de Trabalho , que é aquele que proporciona adquirir as habilidades necessárias para se atuar com segurança nas operações e na manutenção de aeronaves. Algumas empresas brasileiras que precisam operar com aeronaves voando para outros países como Estados Unidos da América ou para países da Europa, precisam atender também as exigências das autoridades locais desses países como o FAA ( EUA) e EASA ( Europa). Não basta apenas seguiras regras estabelecidas pela ANAC. As empresas de manutenção aeronáutica, chamadas de MRO ( Maintenance Repair Overhaul) como a brasileira VEM- Manutenção e Engenharia , que atendem a clientes dos mais diversos países, precisam ter seus funcionários de manutenção certificados por essas autoridades para que possam realizar as tarefas de manutenção e liberação de serviços. Para tal é necessário que cumpram todas as exigências legais estabelecidas nos regulamentos dessas autoridades. Tudo isso visando a segurança cada vez maior e a confiabilidade dos serviços prestados.Como podemos notar, esse mercado é bastante exigente e o bom profissional precisa de tempo para moldar seu perfil e adquirir a habilidade necessária para executar os serviços pertinentes sem riscos e com plena confiança. É evidente que algo tem que ser feito para que tenhamos a velocidade necessária para a qualificação dos profissionais sem no entanto perder o foco na segurança e na qualidade do profissional. Acredito que o governo possa contribuir atuando mais firmemente nessa área. Hoje, ainda não temos cursos voltados para essa área nas escolas públicas e nem em universidades federais. O governo precisa tratar a aviação como uma atividade estratégica dentro da política econômica e de desenvolvimento. Não podemos esperar que só aqueles que podem pagar por um curso de formação de mecânico ou de piloto sustentem esse esforço de manter o setor aéreo funcionando, temos que abrir espaço também para aqueles que desejam e não têm recursos para enfrentar a maratona de um curso de formação podendo ser feito através de cursos de nível médio ( técnico) e superior, encurtando o tempo para formação já que ao término do curso o aluno estaria apto a realizar os exames da ANAC e aumentaria a qualidade da capacitação do profissional de aviação.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O transporte como fator de integração e desenvolvimento econômico do Brasil.

O Brasil é um país de dimensões continentais e o grande problema a ser equacionado ainda é o transporte. Hoje o país carece de uma estrutura interligada entre os modais disponíveis e dentre estes modais, a aviação talvez seja o meio de transporte que mais evoluiu desde a década de 20, que foi quando surgiu o primeiro vôo comercial e, neste momento, possui uma rede aeroportuária relativamente grande, mas que não atende as reais demandas de transporte das mais diversas cidades, principalmente no que tange o transporte de cargas. Ainda são poucos os aeroportos que realmente possuem uma estrutura mínima para atender a essas necessidades. Somente os aeroportos de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus possuem essa estrutura mínima.
O Brasil só conseguirá um desenvolvimento sustentável juntamente com uma economia estável e sólida se pudermos garantir o desenvolvimento das industrias e impulsionar a expansão de suas atividades para todos os pontos deste vasto território continental. Para que isso ocorra, é necessário então que os modais sejam vistos como meios complementares uns dos outros. O Avião ainda é o meio de transporte mais rápido quando se trata de longas distâncias a serem alcançadas, mas o governo precisa estabelecer meios de fomentação para o transporte terrestre e aquaviário para que possam complementar o transporte aéreo. Precisamos de uma política que possa induzir as parcerias ou cooperação entre estes meios de transporte. O país precisa ainda que sejam criados planos estratégicos em relação à construção ou reforma de aeroportos onde haja a integração dos modais. No Rio de Janeiro, por exemplo, Existem alguns projetos de integração dos transportes na área de carga, mas que ainda não saíram do papel. Hoje temos o Porto de Sepetiba que há anos é uma grande promessa de desenvolvimento regional, mas ainda está longe de ser o que se espera que seja. Este Porto fica a cerca de 100 km do aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antonio Carlos Jobim-Galeão. A interligação dos outros modais com esse porto se dá somente através de uma rodovia ( Rio-Santos) que se encontra em condições precárias , apesar das obras de duplicação já terem começado, e por uma linha férrea também muito precária. A construção de um anel viário é uma solução para a parte terrestre , mas parece que o cronograma dessa obra está um pouco atrasado . Outra solução seria estudar a possibilidade de utilização da Base Aérea de Santa Cruz como aeroporto com terminal de carga facilitando assim tanto o escoamento dos produtos provenientes do exterior como os produzidos no país com destino ao mercado internacional. Lembro que o desenvolvimento da malha ferroviária, aérea e rodoviária nesta região do Rio de Janeiro irá beneficiar não somente a cidade do Rio, mas todas as cidades adjacentes e também outros estados do Brasil. A integração entre os modais em todo o país trará crescimento econômico tão necessário para o desenvolvimento sustentável que tanto almejamos e ajudará na manutenção da integração nacional, fazendo com que este país seja cada vez mais coeso e solidificado como nação.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Artigos Perigosos no Transporte Aéreo







Artigos perigosos são mercadorias que possuem perigo em potencial. Estas características de periculosidade não tornam seu transporte pelo ar perigoso, desde que sejam tomadas algumas precauções. Os artigos perigosos não são somente substâncias óbvias como ácidos, material radioativo , venenos , explosivos , corrosivos, mas também alguns artigos diversos como material magnético ( imãs) , cadeiras de rodas, equipamento de mergulho, baterias, tintas, pesticidas, etc.

A ICAO ( International Civil Aviation Organization ) emite instruções para o transporte seguro de artigos perigosos por meio aéreo e estas instruções se refletem nos documentos da IATA principalmente nos regulamentos dos Artigos Perigosos ( IATA Dangerous Goods Regulations) que é mais restritivo do que as normas da ICAO.

Artigos perigosos não podem ser transportados na bagagem de mão despachada ou dos passageiros ou tripulantes , exceto os estabelecidos na regulamentação IATA 2.3.A DGR. Por isso é relevante que a companhia aérea informe-os , e o pessoal de aeroporto (check-in ) investigue através de perguntas e informações usuais se estão sendo carregados estes artigos ou não.

Alguns artigos perigosos são identificados como sendo proibidos para transporte em aeronaves sob qualquer circunstância; outras são proibidas em condições normais , mas podem ser transportadas com aprovação específica dos países interessados. Alguns são restringidos para transporte em aeronaves cargueiras, muitos porém , podem ser seguramente transportados em aeronaves de passageiros , desde que determinados procedimentos sejam atendidos.

Embalagens

A embalagem é um componente essencial ao transporte seguro de artigos perigosos pelo ar. O Dangerous Goods Regulations ( DGR) da IATA ( International Air Transportation Association) oferece instruções de embalagens para todos os artigos perigosos aceitáveis para transporte aéreo.Estas embalagens em sua maioria são embalagens homologadas , ou seja, passam por vários testes de resistência antes de serem aprovadas.

Treinamento

O treinamento é um elemento essencial utilizado na manutenção de um regime regulador de segurança. É necessário que todas as pessoas envolvidas na preparação ou transporte de artigos perigosos sejam adequadamente treinadas para lidar com suas responsabilidades. Dependendo da função exercida pela pessoa, o treinamento poderá ser somente para familiarização ou mais detalhado e completo.