Powered By Blogger
Mostrando postagens com marcador fatores influentes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fatores influentes. Mostrar todas as postagens

domingo, 25 de outubro de 2015

Crise econômica , formação de mão de obra e a segurança de voo.




Nos últimos anos o Brasil vinha demostrando ter um grande potencial de crescimento tendo seus dados estatísticos revelado números surpreendentes no campo econômico, mas devido a falta de uma política industrial mais contundente, a boa fase não se consumou e hoje passamos não só por uma crise econômica, mas também por uma grande crise institucional que leva o país a entrar num cenário sombrio no próximo ano. Como não podia deixar de ser, o elemento humano sofre essas influências quer onde ele esteja .

Na aviação não temos como ficar alheios a esse problema  principalmente por uma série de erros  estratégicos  que já são carregados há muito tempo. O governo brasileiro não possui  um programa específico para desenvolvimento da aviação e nem uma política de formação de mão de obra especializada.  Hoje um dos maiores tormentos dos RHs das companhias aéreas e das MROs ( empresas de manutenção de aeronaves) é encontrar  mão de obra qualificada ( Certificada) e com experiência.  Se já não bastasse essa dificuldade, há também o grande esforço para manter a operação das empresas com um mínimo de quantitativo de funcionários especializados para que se garanta a segurança de voo. Essa equação é um pouco dura de ser elaborada para  que se mantenha o resultado esperado. Mesmo com os quadros reduzidos de funcionários, a empresa tem que manter os  prazos estabelecidos com os clientes e os serviços devem ser executados de forma eficiente  e segura. Como não há milagres, nessas situações o profissional de manutenção acaba sofrendo pressões que podem afetá-lo no seu dia-a-dia e trazer sérias consequências. Com o acúmulo natural de serviço devido a redução de pessoal, a carga de trabalho acaba sendo duplicada e, se não houver uma boa supervisão e uma inspeção eficiente, muitos erros podem ocorrer e causar incidentes ou até mesmo acidentes. Excesso de horas extras  podem gerar a fadiga e interferir na capacidade analítica  do profissional. O Brasil precisa rever a politica de aviação para que tenhamos uma luz no final do túnel, pois do jeito que está podemos chegar em 2016/2017 com problemas muitos sérios que colocarão o nível de segurança em situação crítica podendo ser rebaixado internacionalmente, assim como já foi no campo do investimento recentemente. Hoje o Brasil ainda está bem classificado em nível de segurança operacional, mas os números estão ficando cada vez mais críticos. O efeito cascata dentro de uma organização de manutenção aeronáutica ou de uma companhia aérea se reflete rapidamente quando a economia  brasileira não vai bem. A falta de um apoio do governo na formação de profissionais da aviação, eleva demais o risco de termos em breve, a manutenção de aeronaves sendo realizada por pessoas sem capacitação, e, colocar em risco  a operacionalidade. Uma saída a meu ver seria dar incentivo fiscal às companhias  que, reconhecidamente e devidamente avaliadas pela ANAC, investissem na formação do seus próprios profissionais, pois elas detém  o know how da atividade e contribuiriam em muito para a melhora deste mercado. Lembrando que, grande parte dos profissionais que hoje são responsáveis pelas inspeções e liberações de aeronaves para retorno ao serviço (voo), estarão dentro  de alguns poucos anos, aposentados e fora do mercado. Há que se pensar na renovação. Há que se pensar na continuidade da atividade aérea tendo como principal meta a segurança de voo.  É o fator econômico o único a interferir neste cenário? Não, não é. Mas contribui muito. A busca pela redução de custos nas empresas devido ao cenário econômico tem que ser repensada e avaliada pela ótica da segurança de voo para que todos possam viajar com tranquilidade e em segurança.